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30/09/09

Dual-Idade





Desde que me apercebi que existo, tudo na minha vida tem sido sentido com o coração e a Alma. Os meus textos publicados aqui apenas deixam transparecer, (penso), um pouco dos meus estados de Alma, e o turbilhão de emoções que há em mim.
Há músicas que mexem comigo e me transportam a um mundo de beleza inigualável, assim como há outras que nada me dizem.
Há livros que leio sofregamente pela adrenalina que fazem correr nas minhas veias, tal como há outros que só de olhar eu deixo de lado.
Há situações na vida que me fazem voar, assim como existem outras que me atiram ao chão.
Dei conta, demasiado tarde, que na minha vida tudo se move pelas emoções, e talvez tenha desperdiçado alguns anos da minha passagem por aqui, pela falta de conhecimento; pelo menos de conhecimento base.
Hoje reconheço que andava em conflito comigo pela “dual-idade” que há em mim.
Sou uma Alma velha num corpo ainda jovem. Sou portadora de uma sabedoria da qual ainda não tenho consciência absoluta. Através de sinais externos, há pequenas reminiscências que me assolam a mente e fazem-me entender o porquê de eu sempre ter achado que nasci na época errada. Mas nada existe ao acaso, não há coincidências e o Divino escreve sempre certo por linhas travessas. Já vou conseguindo entender que em mim, a minha Anima esta cada vez mais presente, e sua base é uma lei Maior onde impera a boa vontade e a simples aceitação da minha existência nesta vida, com todas as reticências, pontos de exclamação, virgulas e acentos, que isso implica.
Através da escrita vejo para além de mim, e transmito por palavras as ondas dos sentimentos que me regem. Asseguro-me de os passar a todos, sem excepção, sejam os bons ou os menos bons; em suma, positivos ou negativos. Em todos os meus escritos procuro partilhar algo. Nos contos de seres de sonhos e princesas encantadas partilho um pouco da felicidade que me é dada. Nos sentimentos negativos procurem ver as minhas falhas, tal como eu, pois escrevê-las e publicá-las é uma forma de assumir os meus erros e a minha simples condição humana. É uma forma de auto-descoberta de toda a existência e sabedoria da minha Alma, essa caminhante que já percorreu muitos tempos.
Deixem o corpo estatelar-se no chão para o ver erguer de novo, contudo reparem bem onde eu escorrego e me estampo e evitem pisar o mesmo caminho. Permitam que a minha Anima floresça cada vez que cai, mas não sigam as minhas pegadas desnorteadas.
Eu sou um ser e sou também um não-ser; sou um ser que caminha em direcção á Luz, e sou um não-ser albergado em mim habitando na minha sombra.
Sou a alegria e sou a tristeza, sou a felicidade e sou a infelicidade, sou o sucesso e o fracasso, sou a dor e o Amor… chamo-me : VIDA!
Por favor, deixem-me passar.


Maria Escritos

Eu, Maria Escritos, aprendi




Eu aprendi que amar a pessoa errada é certo, e perdoa-la pela sua estupidez também é certo. Aprendi ainda que cada um pode escolher o que semear mas é obrigado a colher o que plantou. Eu aprendi a amar com todas as forças, a perdoar sem olhar para trás e sem hesitação, e ainda a deixar partir quem nos fere e nos magoa e nos espezinha anos a fio. Eu aprendi que é preciso ensinar a amar ainda que tenhas de subir escarpas montanhosas para mostrar o que é o amor. Eu aprendi que dia, nasce um de cada vez e nesse dia há vida. Eu aprendi que viver é amar, é perdoar, é chorar, sofrer, é rir, é desesperar, é ver as pessoas partir e é envelhecer… Eu aprendi que a vida é simples demais e as desculpas dos actos não cometidos são meros actos ilusórios para enganar-mos a nós e não aos outros. Eu aprendi, que ser feliz é saber que a vida é feita de muita coisa e que tudo o que vivo no hoje é a sinfonia que compõe a minha vida. Eu aprendi que por vezes a orquestra que comanda vida fica cansada e é preciso dar um descanso. Eu aprendi que eu sou do tamanho que sinto e não do tamanho com que me enxergam. Eu aprendi e vou continuar a aprender, e vou continuar a amar pois sem amor em mim, eu não sou eu. Sem o perdão eu não me completo, sem o sofrimento eu não sou nada e sem um sorriso eu não brilho no escuro. Eu aprendi que a vida é demasiado valiosa para ser desperdiçada com ódio. Eu aprendi que a vida é demasiado curta para todo o conhecimento que só a vida nos pode dar e aprendi que Amigos são presentes da vida … e por isso preciso viver e dar á vida tanto quanto ela me dá a mim. Eu aprendi a AMAR sem barreiras, e a dar pedacinhos de mim… á vida fora de mim.

Eu aprendi a errar e a reconhecer os meus erros!

Eu aprendo a viver a cada dia que passa , com as armas que a vida me oferece.

Hoje publico esta foto com as minhas palavras do que eu aprendi, precisamente porque quem cá está exigiu que a foto fosse retirada... mas eu aprendi e quero partilhar o que aprendi... que não é por apagar a foto que se altera o passado. O que altera é o que nós conseguimos aprender e a capacidade que temos de o saber usar. Eu aprendi a amar, a perdoar, e a deixar partir... aprendi a ser indiferente ao odio que têm por mim depois de ensinar o que é o amor... com que se pinta a vida.



Maria Escritos

28/09/09

Coisas simples - O que eu sei que quero




Eu não consigo sentir, apenas,
este sentimento que me roça a pele
bem de mansinho,
Que me agasalha nas noites de vazio
numa suave carícia envolvente
que me conforta nos dias de chuva
protegendo-me das gotas pesadas
que me apazigua em dias de tempestade
ecoando no meu ser

Então eu luto e procuro no meio do coração
Tudo o que sei que quero

Quero a delícia de sentir as coisas mais simples
Quero tão-somente viver
Quero simplesmente amar


Maria Escritos

23/09/09

Se eu pudesse...



eu pudesse agarrar
No teu olhar com as minhas mãos,
Havia de leva-lo aos meus lábios
E beijar-te até envelhecer.

Se eu pudesse prender
O teu sorriso, com o meu olhar,
Havia de guarda-lo
Juntinho do meu coração
Para ele não desaparecer.

Mas o olhar não se agarra
E o sorriso não se prende,
Contudo, no fundo do coração
Está tudo que a vontade pretende.

Então beijo-te na face
Apenas com um beijo
Embora em ti
Habite um outro desejo


Maria Escritos

22/09/09

Diário de uma Trenga




Com o passar destes três anos sempre falámos, mas não comunicámos. Perdemos tempo com coisas banais tipo conversa da treta e nunca transmitimos o que queremos para o nosso futuro. Não nos demos a conhecer. Em suma, embora tu soubesses o que eu pretendo, nunca deste a demonstrar que pretendias o mesmo. Chego a perguntar porque caminhaste ao meu lado sem nunca te abrires comigo.
Dizes que és um solitário, ok tudo bem! Mas num relacionamento tem de haver diálogo, e nós não tivemos. Sabes amor, eu vejo os dias a passar e nada cresce, nada se concretiza. Apenas o vazio contrabalança com o amor que sinto por ti.
Falas-me dos teus sobrinhos; que vais aqui e acolá com eles enquanto eu aqui penso porque não falas do que queres, não falas dos teus sonhos por realizar e das conquistas que ainda queres fazer. Vejo passar o tempo, que tantas vezes pediste, e a tua ideia de comprar casa há três anos e nunca o fizeste até hoje. Relembro as minhas condições impostas em Janeiro deste ano e nestes meses todos, ainda não fizeste nada para tentar cumprir uma delas. Nem voltaste a falar sobre o assunto. O teu tempo e o teu silêncio foram a causa do meu vazio e da minha tristeza. Chego a pensar por vezes que é melhor não te amar do que continuar assim. Mas aí o meu peito aperta tanto que julgo sufocar com a dor imaginária de não te ter.
Respiro-te, e cada poro da minha pele precisa do teu toque. Se eu conseguisse descrever por palavras o quanto te amo, poderias ver o mundo de cores alegres e berrantes que brilham e alimentam este amor por ti. Mas ao mesmo tempo, o teu silêncio e relutância em falar sobre nós, turvam esse mundo onde apenas eu vivo esse amor por ti.
Apaixonei-me pela tua figura e pelo pouco que me mostraste de ti. Vi-te com o coração e não com os olhos, aliás o que os meus olhos viram foi iludido pelo vazio que por sua vez originou o ciúme do tempo que dedicas aos teus amigos.
Sinto-me só, a precisar de ti para me animar e há sempre alguma coisa do teu lado que te afasta de mim. Expludo e discuto contigo porque te amo com todas as forças do meu ser e em três anos e meio não tenho nada de teu; nada de concreto. Apenas palavras com promessas e promessas por realizar.
Criámos um círculo vicioso entre nós e fomos tecendo teias que nos levaram a este ponto. Ao ponto de termos medo de nos abrirmos um com o outro e nem nos apercebemos que nos estávamos a destruir.
Sempre julguei que tinhas vergonha de mim. Manteres-me á distância, num silêncio absoluto, quase em segredo, era como se eu fosse uma sombra na tua vida.
O facto da tua amiga especial ter passado na minha vida foi um erro pois apercebi-me que te abriste com ela e nunca o fizeste comigo. Aliás, sei que te abriste com os teus amigos e nunca foste capaz de o fazer comigo. No entanto admito e reconheço que por vezes é muito mais fácil falar com os outros mas e sobre o nosso nós, o nosso EU? Quem deveria falar? Nós ou os outros?
Admito e sei que posso perecer-te complicada com esta coisa da “EU” e “ALMA” , mas acredito plenamente que eu sou duas: Matéria e essência.
Este eu aqui é a minha essência que sente, é ela que tem vindo a sofrer e muito sempre que te voltas ao silêncio e me recusas as respostas.
Sempre que preciso de um carinho teu e não o tenho , sempre que te digo que tenho saudades tuas e não me respondes, sinto-me infeliz por te amar e infeliz por não te ter.
E na verdade nunca senti que te “tinha” porque nunca houve diálogo e facilidade de comunicação sobre nós. E sempre fizeste de tudo para me afastar de ti. E irás continuar a afastar até nem a amizade restar.
Muitas vezes quis falar ao teu coração, até que descobri que nem sabes onde ele fica.
E eu, esperando por ti, fiquei sentada a chorar vendo apenas o tempo passar.


Maria Escritos in "Diário de uma Trenga"

Diário de uma Trenga





Meu amor,

Quando nos conhecemos, eu estava numa fase muito difícil. Estava emocionalmente desequilibrada e com a nossa conversa e o meu desabafo escrito sobre o que aconteceu comigo, de certa forma ajudou-me a recuperar o meu “eu”. Sempre pensei que tivesses ficado a conhecer uma parte de mim que eu mais prezo: os meus sentimentos com a sinceridade e pureza dos mesmos, e afirmo-o assim porque eu SINTO e não procuro saber porque sinto. È a minha sensibilidade e intuição que me leva a sentir e a não questionar porque sinto.
Eu não quero ter de passar a vida a questionar a razão das coisas, quero deixa-las fluir e nisto ainda ando em aprendizagem… um dia sei que chegarei lá. Deixei fluir o nosso tempo o melhor que pude e com as emoções que em mim provocaste. Esse sentimento engrandeceu em mim e neste momento admito que preciso tanto de ti como do ar para respirar; contudo aprendi que quando se ama verdadeiramente, não se pode aprisionar ninguém.
Durante anos entreguei-me e dediquei-me a ti o melhor que sei fazer, e julguei estar a caminhar para um futuro certo. No entanto a tua decisão de adiar, e sempre adiar, por medo das minhas discussões, levou-nos a um vazio. Ou seja, eu amo-te e sei que na convivência do dia-a-dia aprenderíamos a “estar” em sintonia um com o outro. Saberia que todos os dias ao regressar a casa TU estarias lá para me abraçar… e isso é o que eu mais queria ter de concreto para anular o meu vazio. Creio que me amas, mas não tenho a certeza, e não me julgues mal…. Ao dizer isto estou a ser sincera, porque quando se tem medo não se sente mais nada a não ser esse “medo” que ilude tudo o resto e nos faz acreditar no que não é e a ver o que não há, entendes?
Deixa-me explicar que o facto de eu nunca ter conhecido ninguém da tua família contribuiu grandemente para esse vazio e a distancia entre nós sempre foi como uma estaca cravada no meu peito. O nunca me teres convidado para ir passar um fim-de-semana contigo aí, nem que fosse em Lisboa… isso fez-me sentir sempre como que posta de lado na tua vida…. O não saber de nada nem poder tomar parte de nada, era como se eu fosse uma sombra na tua vida. Enquanto o meu amor por ti crescia, a sombra aumentava. Disseste que já podias prever quando eu ia ter discussões contigo, e eu pergunto porque nunca as evitaste? Porque deixaste acontecer? Porque nunca te abriste comigo? Repara que eu de ti nada mais sei do que o teu nome, o teu endereço, o nome e morada do teu trabalho e o nome dos membros da tua família…. Quanto ao resto, ao dares-te a conhecer, nunca o fizeste. De mim, sabes os podres todos. Não te escondi nunca nada.
Como te disse ontem, nunca namorámos verdadeiramente e as conversas do dia-a-dia foram ficando mais banais contribuindo para aumentar o vazio. A falta de evolução, até na nossa conversa, fez-nos estagnar na relação… nem só de amor vive o homem! Há que saber cultivar o amor e sobretudo conserva-lo. E aqui falhámos os dois. Eu deveria ter tido coragem de te dizer que me estava a sentir vazia e que carregava apenas o peso do amor que sinto por ti e que estava a ficar cansada, em vez de discutir contigo.
Acho que agi assim contigo porque acreditei piamente no teu amor e ia sempre dizendo para mim que és assim mesmo… mas a dada altura eu pergunto-me: porque pode ele ser assim e eu não posso ser “eu”? Porque tenho de ser eu a aceitar tudo e ele não pode aceitar-me também como eu sou na verdade? E muitas vezes antes da catástrofe acontecer tu não me ouviste e por isso explodi…
Quero dizer com isto que ao mesmo tempo que aumentava o meu amor por ti, aumentavam também as minhas dúvidas, que nunca tive coragem de falar contigo, porque sempre que começava uma conversa ou pelo menos julgava que estava a tentar começar, tu evadias-te de respostas concretas e objectivas o que me magoava e muito… fui-me magoando demais e amando demais. Cheguei à conclusão que te amo sem te conhecer e nem sei porque te amo: mas basta-me amar-te.
Gostava que tivéssemos um final feliz e queria ter a possibilidade de construir a minha realidade com base no sonho que um dia tive: estar e ficar ao teu lado para sempre.
Queria ter em ti aquela pessoa que me escuta e me entende sem me julgar nem se magoar pelo que escrevo ou publico. Aquele que sabe que vivo só para ele e por ele… Queria amar-te sem ter de pedir desculpa nem sentir-me culpada por te amar. E quero sem duvida alguma ser amada na mesma proporção e medida. Quero poder falar sobre o que eu sinto sem ficar com peso na consciência sobre se te vou magoar ou não, queria que confiasses mais em mim para eu poder abrir a minha alma sem receio. Queria que fizesses o mesmo comigo, pois só assim estaremos a construir solidamente a nossa relação e a lutar para realizar algo que se tenha sonhado. Eu queria sonhar o mesmo sonho que tu. Deixas-me?
Deixa-me crescer como pessoa ao teu lado e cresce comigo também … é o que te peço.


Maria Escritos, in "Diário de uma Trenga"

21/09/09

Pedaços do céu




Tu falas de música, mas não escutas a melodia que há em mim
Falas de filmes, mas não vês o filme no qual somos protagonistas
Falas de viagens, mas não vês a viagem que eu queria fazer
Falas de brincadeiras, mas não vês que não me deixas brincar contigo
Tu falas em tempo, mas dás-me uma eternidade de vazio
Tu falas que queres rir, mas a mim fazes-me chorar
Tu falas em amor, mas a mim não sabes amar
E então eu digo que me desculpes, mas nesse teu tempo
eu não tenho lugar para brincar porque eu estou levando a vida a sério.
Com a minha música, os meus filmes, as minhas viagens imaginárias, os meus risos, as minhas lágrimas, o meu amor…
E se eu não tiver tempo nenhum para brincar contigo, me desculpe, mas eu estou levando minha vida muito a sério colhendo pedaços do céu para me enfeitar.


Maria Escritos

18/09/09

Procura-me



Procura-me
Por entre o aroma do leito de rosas
Onde me fiz tua
Sôfrega de sede desse teu bem-querer

Procura-me
Por entre a luz pálida da lua
Que acolheu nossos gemidos
Nas noites refulgentes de paixão

Procura-me
Gravada nas conchas dispersas na areia
Entoando melodiosos suspiros
Largados nas ondas do mar

Procura-me
Por entre as sombras da saudade
Arrebatando-me em teus braços
Esculpindo o meu amor

Encontra-me
Por entre o pulsar da memória
Crepitando um sem fim de tonalidades
Dentro do meu coração


Maria Escritos

17/09/09

Luz em mim (para ti meu irmão)


Enderecei-me a medo
Com esta saudade
Encravada em mim

As lágrimas rolando
Atrevidas, na minha face
Recordando teu triste fim

Escuto a tua voz
Chamando meu nome
Golpeando os meus sentidos

Nada podendo fazer
Do que segurar e tua mão
E lembrar teus sorrisos vividos


Sinto a nostalgia
Que emana de mim
Dirigindo-me ao teu resplendor, assim

Hoje vesti-me de negro, meu irmão
Para que a tua luz
Possa resplandecer em mim


Maria Escritos

14/09/09

Este meu luzir


Não é por me doer
Que me torno infeliz
Carrego nos meus sonhos
Tudo aquilo que sempre quis

Não choro pela dor
Do teu coração não me achar
È somente por este sentir
De não ter a quem me dar

Abraço este sonho
De amor imaginado
Em pensamento uno-me a ti
E só a ti, meu amado

Longe de ti ficarei
Adoçando este sentir
Guardando-o no coração
Para os dias que hão-de vir

E não te entristeças
Se a minha boca não sorrir
Podes ter a certeza
Que algures, por ti , estou a luzir



Maria Escritos

13/09/09

Amor é...


Amor,
É a luz que me ilumina
E que brota dos meus olhos
Quando olho para ti

É a estaca que me mantém erguida
Percorrendo os atalhos da vida
Levando bramidos na palma da mão

È o sopro que eu respiro
Em cada passo percorrido
Nesta lenta consumição

É a ternura com que me deito
Afogada no pensamento
Da minha cabeça poisada sobre o teu peito

É a pele com que me visto
São as sombras com que me pinto
É a saudade cravada na minha mão

São as jóias com que me enfeito
Flamejando inquietas
Neste sentimento talhado no coração

O meu Amor,
É uma ferida aberta sem fechar
Boca aberta sem falar
Exclamando apenas um suspiro
Um leve gemido
De um beijo por dar


Maria Escritos

Uma mensagem de amor


Meu amor,

Sei que hoje estamos magoados um com o outro. Existem mágoas de feridas abertas não saradas, que ficaram acumuladas com o passar do tempo…esse tempo tão precioso para ti, para não te permitires a partilha-lo comigo senão em breves minutos ou instantes do dia Esse tempo que pediste para organizar as tuas coisas, a tua vida, para me acolheres no seio dela… mas o tempo passou e, voltou a passar e nós não passamos à fase seguinte.

Dei-te tempo e amor, recebi distância e vazio. Tentei estar ao teu lado e nunca te abriste comigo, senão em pequenas frases que deixaste escapar desapercebido. Tentei conversar contigo e sempre acabámos discutindo por pequenos nadas que se transformaram num grande tudo. E nesse tudo, de dor, temos vindo a viver.

Dizes que me amas, mas nunca, em pequenos gestos ou atitudes o demonstraste e eu chorei, choro e vou chorar, por te dar tanto de mim. O tempo que te dei não serviu para nada a não ser para me manteres prisioneira nas tuas promessas de amor e de esforço para superarmos as nossas dificuldades. O tempo que te dei serviu para aumentar o meu vazio e o sentimento de me quereres afastada da tua vida. O tempo que te dei serviu para envelhecer a minha alma e modificar a minha alegria. O tempo que te dei obrigou-me a viver em sonhos, repletos de paixão, e tão bem carregados de amor… o nosso amor! Mas não passaram disso, de sonhos sonhados com o meu coração. E esse mesmo tempo, que tu tanto pediste, encarregou-se de trazer as tempestades que apagaram as névoas desses sonhos, esfumando-os no passado.

Houve um dia em que te disse que já não sei se te amo, mas hoje digo-te que te amo com todas as forças do meu ser. A minha Alma chora porque sempre me mantiveste á distância na tua vida, o meu coração desatinado grita bem alto por ti, e a minha razão já não conhece nenhum outro raciocínio lógico a não ser este amor a que me entreguei profundamente.

Quero-te, como quem que agua para matar a sede ou como quem procura alimento para matar a fome mas eu não posso viver assim! Então refaço a minha vida, escrevendo a minha dor e estas cartas tolas de amor. Mas não seriam tolas, se não fosse puro, o amor.

Se um dia vires lá bem longe, no alto do céu, uma estrela sozinha essa serei eu a guiar-te pelos trilhos da vida e a aquecer o teu coração. Ao longe, dei-te o meu tempo, e lá longe, dar-te-ei a minha luz.


Com todo o meu amor,







Maria Escritos

12/09/09

Versos que te fiz



Com mil versos te fiz
Paralelos ao meu sentimento
Em meus versos dispo-me de ti
Para desafogar meu tormento

Em minhas lágrimas me banhei
Sentindo carícias aferroadas
Da saudade dos meus versos
E das alegrias embrulhadas

Nestas aguas cristalinas
Acolhendo meus versos sonhados
Volto à menina pequenina
Perdida em versos embalados

Nessa cascata da vida
Dias contentes não vi
Senão apenas em versos
E nas linhas que te escrevi

Maria escritos

Sorrindo à vida


Num sorriso me atrapalho
Abafando a nostalgia
Dos tempos imaginados
Sob luz da alegria

Esta luz se afugentou
Para a sombra me acolher
Conforto meu parecer
Para aqui renascer

E quanto mais me picares
Mais eu hei-de crescer
De tanta felicidade (sonhada)
Um dia vou florescer

Ataca-me com as tuas raízes
Retira de mim o meu viver
Abafa-me com mil folhas
Ainda sim hei-de sobreviver

Maria Escritos

11/09/09

"Noite Mágica" - Convite


“NOITE MÁGICA" - MARIA ESCRITOS
Anfitrião: ANGELO VAZ

Início: Sexta-feira, 9 de Outubro de 2009 às 21:00

Local: Cooperativa "A Filantrópica"

Rua: Rua da Lapa, 1 / Rua 31 de Janeiro – Póvoa de Vazrim

Telefone: 252624962

PROGRAMA :

21h 00m, Recepção dos convidados

21h 30m, Apresentação de Maria Escritos por Angelo Vaz.

22h 00m, Sarau de poesia com Angelo Vaz, acompanhado musicalmente
por Nuno Galiza com instrumento-DIGERIDOO.

10/09/09

Choro meu, choro meu


È sempre á noite,
À noitinha
Que vens bater à minha porta
Vais entrando sorrateira
E sentas-te a meu lado
Apoderando-te de mim

Engasgas-me com arrojo
Abraças-me com valentia
Cobres o meu corpo
Com abundância
E procuras a minha face

E é então
Que me rasgas o olhar
E sais
Em forma de lágrima

Tu,
A minha eterna companhia
E quando não vens
Choro meu , choro meu
Sinto falta de ti


Maria Escritos

09/09/09

Corpo dos sentidos


Escorro-me em sentidos
Desfazendo-me em mil cores
Transporto existências mescladas
Numa correnteza suave
Que dá brilho ao cálice
Que me hospeda

Corro singela, nesta minha galhardia
Atada ao meu cativeiro
Atraindo tingiduras com o vento
Seduzindo pigmentos no meu leito
Que alaga as linhas do meu deslizar
Esfumando-me em ensejos de noites de luar

E quem de mim vier sorver, outra água não há-de querer

Foto e poema de Maria Escritos

08/09/09

Conjugação do verbo "ser"


Hoje, vou conjugar o verbo “ser”
E dizer tudo o que sinto
Escreverei cantando
As notas com que me pinto

Arranco de mim este acorde
Seja sombrio ou tremido
Mas não amontoo mais
Este meu sentir revolvido.

Venham raios e trovões
Ventos fortes e vagas destemidas
Nada silenciará, este sentir
Feito ser, com a Alma consumida

E quando a noite chegar
Eu vou dizer bem de mansinho
Que eu sou e tu és
E sendo, continuamos sentindo


Maria Escritos

07/09/09

Porque teimas


Porque teimas em negar-me o amor
Quando me enches de tudo e não me dás nada
Ao fazeres de mim uma sombra enjeitada
Á deriva nas margens da alegria

Porque teimas em tirar-me o sorriso
Quando me prendes e me largas
A vaguear sozinha pelas ruas da tristeza
Albergando culpa de crime não cometido

Porque teimas em fazer de mim uma luz
Retirando-me o sôfrego, sem pudor
Para me apagares sem piedade
Quando te vais com a madrugada

Porque teimas em tirar-me tudo
E envolver-me em nada
Quando apenas me resta
Esta dor de enfeitiçada


Maria Escritos

06/09/09

Entalhes de mim


Neste cantinho virtual
Escrevo linhas de saudade
Baldeando lentamente
Palavras de realidade

Bordo com carinho
Neste espaço de nostalgia
Aquela parte de mim
Que nem sempre é alegria

Poeta não sou
Escritora não quero ser
Entalho apenas no papel
O que não quero esquecer

Maria escritos

05/09/09

Leve capitular



Gotejo, com opulência
Seguindo o teu trilho
Neste leve capitular
Amparas-me com o teu
Manto robusto e viçoso
E fazes-me desabrochar

Ao som desta cadencia
Que segue o seu ritmo
Neste gracioso gotejar
Empunhamos dos nossos sentidos
Compondo a mesma valsa
E por ela nos deixamos embriagar


Maria Escritos

Foto cedida gentilmente por Nuno de Sousa, do Álbum "Sintra"

Rasga-me a razão


Escuta o pulsar
Deste meu corpo
Que se tinge
No teu lirismo
E se derrama
Na minha pele

Rasga-me a razão
E tolhe-me os sentidos
Acolhe-me na paixão
E na suavidade
Dos teus gemidos


Desnudo-me enquanto
Aguardo por ti
E pelos ensejos delirantes
Do fogo que despertas em mim


Maria Escritos

Foto de Carlos Pereira do Álbum "W"

01/09/09

Despida


Hoje dispo-me das palavras
E flutuo, despida,
Ao som da música
Que me embala
Numa dança aprazível.
Movimento-me lentamente,
Fixando cada nota
Em trejeitos de dança.
Ao meu redor não existe nada.
Apenas a suave melodia
Que me faz vibrar
Em mil e um gestos de dança
Selvática e graciosa.
A noite não existe
E o dia não nasceu.
O tempo não foi inventado.
Existe apenas a musica
Que me afaga
E me agasalha,
Como o colo de uma mãe
Ao adormecer o seu filho.
Hoje enfeito-me com esta cadência
Que só eu posso sentir



Maria Escritos
Foto de Carlos Pereira do Álbum "W"