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13/08/09

Carta de amor - extracto de "As estrelas vão guiar-me"


Sábado, 1 de Outubro de 2005

Meu amor,

Encontro-me perante um dos maiores dilemas da minha vida: vejo a tua preocupação por nós e isso coloca-me numa situação difícil e até embaraçosa.

Sabes, hoje dei conta da intensidade do meu amor por ti. Pela primeira vez desde que nos conhecemos, acordei mal disposta por não ter recebido o teu beijo de boa noite…Sei que não tens culpa e compreendo que nem sempre te é possível. Mas não consigo evitar que este amor, este ressurgir para a vida que me deste, aumente a cada dia que passa.

Creio que me tens um carinho muito grande, mas também acredito, que tu, por um amor maior do que o meu, nada podes fazer. Eu sei que da maneira que te amo e com o passar do tempo acabaremos por nos magoar mutuamente, não por palavras ou gestos, apenas pela ausência…Amo-te como nunca amei ninguém e esta sim é a última vez que o digo! Preciso tanto de ti como do ar que respiro.
Eu sei que com o passar do tempo acabarei por te colocar numa situação bem mais desconfortável para ti, pois tenho tendência a querer mais e mais do teu amor, desse teu carinho, dos teus beijos, dos teus abraços, de ouvir a tua voz, de te sentir perto de mim…E tu nada podes fazer.

Enfim, já percebeste que estou a morrer de saudades e por muito que diga que devemos viver um dia de cada vez, noto que com o passar dos dias, eu em nada contribuo para a tua felicidade. E isso sim magoa-me, porque também te magoa a ti. Vejo-te triste e entristeço-me, sinto que quanto mais te amo, mais te distancias de mim. Calculo que sei os teus motivos e juro pelo amor que te tenho, que não te quero magoar nem quero o teu mal, não quero provocar-te nenhum desconforto nem tão pouco colocar-te perante um dilema. Eu deveria fazer-te feliz e com toda a minha situação apenas contribuo para a tua infelicidade. Perdoa-me!

Reli estas linhas vezes sem conta e ainda não sei se te vou enviar esta carta, mas acredita, as lágrimas escorrem-me pela cara porque te sinto infeliz neste momento, e eu nada posso fazer para o evitar. Quem me dera poder fazer brilhar um sorriso no teu rosto todos os dias.

Perdoa-me por te amar tanto!


Maria Escritos- 2005
(extracto de "As estrelas vão guiar-me)

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