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17/08/11

Lágrima minha


Desapegado
Do sagrado espelho d’água,
Nas ruas atribuladas
Do pensamento imperfeito,
Detém-se
Uma utopia quebrada,
Emudecida
Nas linhas desencontradas
Do lago esquecido da mente.
Não há trégua
Na minha alma.
Tempo este de imprecisão
Onde meus olhos se perdem
No labirinto do infinito
Aninhando-se num rouco grito
Que gemina a semente
Da tristeza fingindo alegria.
E a lágrima pendida
Num vento suspenso
Do embaciado entendimento,
Apenas rebenta
Estrelando pausadamente
O hino incerto
Num indulto generoso
De poesia.


@Maria Escritos-2011

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