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Hoje choro em silêncio. Agarrada ás minhas lágrimas mudas deixo-me esvair num torpor insolvente. Desato de mim as talhas tecidas em devaneios de esperança.
Lavo-me dos pecados perpetrados e das ilusões almejadas. Este meu pobre coração, hoje nem sabe se vive ou se já viveu. Apenas goteia as lembranças cravadas em tempo de delírios. Será o sopro de vida que sucumbe ou talvez os sonhos que chegam ao fim. Não sei e pouco importa. Enchi o meu coração de amor sem ninguém a quem o dar. Estou sozinha, sinto-me desprotegida. Hoje talho com lágrimas as tábuas da minha vida. E chorando baixinho vou lutando com mágoa até que este tormento me mate a mim.
Maria Escritos
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