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21/05/10

Uma carta de Amor



Meu amor,

Ontem avancei resoluta em direcção aos armários para começar a retirar as roupas do meu falecido irmão. Já é hora de tirar as suas coisas de casa da minha mãe - pensei.
Depositei as roupas dele em cima da cama e comecei a dobrá-las. Enquanto dobrava as camisas o meu olhar perdeu-se num tempo do fez de conta. Nesse instante não eram as camisas do meu irmão que eu dobrava, mas sim as tuas, tal como muitas e outras vezes as dobrei para meter no teu saco em todas as vezes que seguiste caminho até tua casa.
Perdi as forças nesse mesmo momento e a minha determinação esmoreceu.
Soluços engasgaram-se na minha garganta enquanto as lágrimas tantas vezes vertidas, jorraram dos meus olhos mais uma vez.
Não sei se chorei por ti ou se chorei pelo meu irmão. Sei que chorei de saudade…há tantas coisas que ficaram por dizer aos dois.
Encaixotar as roupas dele foi um trabalho árduo e prolongado. A nostalgia dum tempo perdido no tempo, assolou a minha alma
Quando á noite a minha mãe me disse que perder um filho a fez ver o quanto ama os outros, fez-me enxergar muitas coisas em mim.
Sempre amei a minha família embora não o tenha demonstrado da mesma forma e com a mesma força que o digo. Contigo foi a mesma coisa certamente. Não soube mostrar o quanto te amo e mantive-te presa no meu cativeiro. Quando duas pessoas não conseguem mais comunicar nem se entendem entre elas, ao menos que haja amor para um libertar o outro. É melhor alguém usar o bom-senso, sofrer com o rompimento dos laços e rejubilar-se com a felicidade que se oferece ao outro.
Estive contigo tempo suficiente para aprender amar-te verdadeiramente tal como és. Amo-te o suficiente para te pedir que sejas feliz.
Hoje não tenho mais camisas para dobrar, mas continuo apaixonada por ti.
Como prova desse amor dou-te a tua vida de volta, a tua liberdade, e faz-me o favor de ser feliz. Tu mereces.

Com todo o meu amor.


PM.
2009.03.08

Coração aberto



Quando os teus lábios se prenderam nos meus, o meu coração saiu, disparado, voando alto nas alturas, agarrado às asas brancas cristalinas que rodeavam os nossos corpos. Não sei como aterrei. Recordo apenas que abri os olhos e vi o teu rosto, doce e meigo, respirando calmamente deitado a meu lado, na minha almofada.
O branco imaculado dos lençóis, confundia-se com a luz radiosa que emanava do teu sorriso. Afaguei teu rosto e beijei teus olhos, murmurando baixinho palavras de amor. Mas dizer que te amo, é tão pouco, e não chega sequer a traduzir uma migalha do que me fazes sentir. As palavras mais próximas do meu sentimento, serão dizer-te que sem ti nada sou, pois que em ti eu resido.
Quero que saibas que te recebi de coração bem aberto, enquanto meus braços se fechavam para te abraçar e naquele instante se prenderem para a eternidade!
E nesta eternidade eu sou una… como a luz do Amor!



Maria Escritos ©

12/05/10

Ousadia


Se à minha boca viesses
E aos meus lábios tocasses
Quem sabe não fizesses
Que nossos sabores se fundissem

Se o teu corpo entregasses
Desenfreado ao meu paladar
Quem sabe não fizesses
Minha pele arrepiar

Se te entregasses ao desejo
Da minha língua madura
Quem sabe não fizesses
Lamber-te e beijar-te até á loucura

Permite a minha ousadia
E entrega-te a meu prazer
Emboca em mim todo teu ser
Quero-te na minha língua a derreter



Maria Escritos ©

(Foto retirada da net)

05/05/10

Cálido arrepio


Percorre minha pele
Cálido arrepio de prazer
Emboca no meu peito
Encrespa meu seio
Sedoso, rijo
Sedento do teu beijo
Doce, suave e húmido
Como o néctar vindo dos Deuses.


Maria Escritos
© Todos os direitos reservados

Ondas vindas de ti


Fiz-me à maré da manhã
Nas vagas vindas de ti
Antes do amanhecer
Pescador dos meus sonhos
Madrugada suave no cais
Faina pura do dia-a-dia
Serena ausência de ti
Semblante teu na memória.
Mar adentro, vou entrando
Como uma rede se alastrando
Corpo meu beijando as águas
Da maré que vem de ti, meu amor.
Abraçada à luz da lua fiz-me ao mar
Não pude alcançar-te (bem te sabia inexistente)
Porém perdi-me como quis...
Não quis abrir os olhos
Para não te perder na maré
Abracei-me a este nada
Descobrindo no próprio corpo
Caravelas sem rumo
Perdidas neste mar sem dono
Brilhando à luz da lua
As estrelas do teu olhar
Fiz do meu coração o teu lugar
Da tua luz o meu olhar
Suspirei uma brisa de suaves palavras
Que corre nos dias de calor
Com a energia grandiosa do mar
Este mar teu que adentro
Para me perder na tua maré
E nas ondas vindas de ti


Maria Escritos
© Todos os direitos reservados