Page copy protected against web site content infringement by Copyscape

17/08/11

Lágrima minha


Desapegado
Do sagrado espelho d’água,
Nas ruas atribuladas
Do pensamento imperfeito,
Detém-se
Uma utopia quebrada,
Emudecida
Nas linhas desencontradas
Do lago esquecido da mente.
Não há trégua
Na minha alma.
Tempo este de imprecisão
Onde meus olhos se perdem
No labirinto do infinito
Aninhando-se num rouco grito
Que gemina a semente
Da tristeza fingindo alegria.
E a lágrima pendida
Num vento suspenso
Do embaciado entendimento,
Apenas rebenta
Estrelando pausadamente
O hino incerto
Num indulto generoso
De poesia.


@Maria Escritos-2011

Espero



Do tempo já me esqueci.
Remanesço irrequieta,
Ansiosa, desejosa…
Nesta quietude serena
Onde nostalgias e segredos
Dançam em peito meu
Enquanto aguardo,
Aqui sentada,
Os raios formosos,
Aprazíveis e deleitosos
Que anunciam
A tua chegada!


@Maria Escritos-2011

31/05/11

Beijo


Linhas curvas tentadoras
Orvalhadas pelo desejo
Lábios sedentos das ternuras
Do doce toque do beijo.


©Maria Escritos

07/07/10

Áurea celeste


Amorável raiar da aurora
Invadindo abraço teu
Lábios unidos num beijo
Doce e sublime como o céu
Empíreo salpicado de diamantes
Todos luzindo ao luar
Corpo e alma unificados
Frenesim e sede de amar
Inquietude sobre a pele
Lavada pela manhã
Pingos suaves de orvalho
Com perfume de romã
Anelo que se empossa
E na minha áurea se veste
Adorna-me com mil luzes
Puro berço celeste


© Maria Escritos / Paula Moreira

Beijos de mar


O mar enrolou-se nos beijos
Perdendo-se nos abraços
Que o amavam sem pressa.
Os grãos de areia fina,
Alva, pura e nua
Entregaram-se à boca faminta
Que aos poucos lhe roubava a alma.
E a onda que crescera
Para lá do meio do algar,
Cobriu-a com espuma
Perfumou-a de maresia
Enfeitiçou-a para se entregar.


©Paula Moreira/Maria Escritos

Latejar


Picasso blue nude

Lateja de calor o corpo
Lançado no ventre desta terra gelada
Abrasam as palavras soltas dos versos
Que explodem e se colam à pele transpirada.

E quantos versos se construíram
Amanhados com fios de suor
Quantas aragens se produziram
Agora estampadas na nudez de amor.

©Paula Moreira/ Maria Escritos

15/06/10

Lançamento do Livro "AFRODITE" - Convite


A Editora Lugar da Palavra e a Autora convidam V. Ex.ª e família a estar presente no lançamento do livro AFRODITE, de Paula Moreira (Maria Escritos) a realizar no dia 3 de Julho pelas 21,30h na Biblioteca Municipal da Póvoa de Varzim (Rua Padre Afonso Soares).
Apresentação do livro e da Autora por Elvira Almeida e Augusto Canetas.
Esta obra que tem o apoio da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, tem agendado ainda um pré-lançamento a realizar no dia 27/06 no Clube Literário do Porto.


Paula Moreira (Maria Escritos) é natural do Porto, mas adoptou a Póvoa de Varzim para sua residência. A sua escrita surge como complemento às Artes decorativas, actividades que mantém como hobbie.

"Afrodite", é uma obra de poesia de carácter erótico, totalmente dedicada ao Amor, pelo Amor de Amar.
Para além dos trabalhos da autora, este livro de 64 páginas contém fotos de Nuno de Sousa (Fotógrafo) e Aurélio Mesquita (Argo).

21/05/10

Uma carta de Amor



Meu amor,

Ontem avancei resoluta em direcção aos armários para começar a retirar as roupas do meu falecido irmão. Já é hora de tirar as suas coisas de casa da minha mãe - pensei.
Depositei as roupas dele em cima da cama e comecei a dobrá-las. Enquanto dobrava as camisas o meu olhar perdeu-se num tempo do fez de conta. Nesse instante não eram as camisas do meu irmão que eu dobrava, mas sim as tuas, tal como muitas e outras vezes as dobrei para meter no teu saco em todas as vezes que seguiste caminho até tua casa.
Perdi as forças nesse mesmo momento e a minha determinação esmoreceu.
Soluços engasgaram-se na minha garganta enquanto as lágrimas tantas vezes vertidas, jorraram dos meus olhos mais uma vez.
Não sei se chorei por ti ou se chorei pelo meu irmão. Sei que chorei de saudade…há tantas coisas que ficaram por dizer aos dois.
Encaixotar as roupas dele foi um trabalho árduo e prolongado. A nostalgia dum tempo perdido no tempo, assolou a minha alma
Quando á noite a minha mãe me disse que perder um filho a fez ver o quanto ama os outros, fez-me enxergar muitas coisas em mim.
Sempre amei a minha família embora não o tenha demonstrado da mesma forma e com a mesma força que o digo. Contigo foi a mesma coisa certamente. Não soube mostrar o quanto te amo e mantive-te presa no meu cativeiro. Quando duas pessoas não conseguem mais comunicar nem se entendem entre elas, ao menos que haja amor para um libertar o outro. É melhor alguém usar o bom-senso, sofrer com o rompimento dos laços e rejubilar-se com a felicidade que se oferece ao outro.
Estive contigo tempo suficiente para aprender amar-te verdadeiramente tal como és. Amo-te o suficiente para te pedir que sejas feliz.
Hoje não tenho mais camisas para dobrar, mas continuo apaixonada por ti.
Como prova desse amor dou-te a tua vida de volta, a tua liberdade, e faz-me o favor de ser feliz. Tu mereces.

Com todo o meu amor.


PM.
2009.03.08

Coração aberto



Quando os teus lábios se prenderam nos meus, o meu coração saiu, disparado, voando alto nas alturas, agarrado às asas brancas cristalinas que rodeavam os nossos corpos. Não sei como aterrei. Recordo apenas que abri os olhos e vi o teu rosto, doce e meigo, respirando calmamente deitado a meu lado, na minha almofada.
O branco imaculado dos lençóis, confundia-se com a luz radiosa que emanava do teu sorriso. Afaguei teu rosto e beijei teus olhos, murmurando baixinho palavras de amor. Mas dizer que te amo, é tão pouco, e não chega sequer a traduzir uma migalha do que me fazes sentir. As palavras mais próximas do meu sentimento, serão dizer-te que sem ti nada sou, pois que em ti eu resido.
Quero que saibas que te recebi de coração bem aberto, enquanto meus braços se fechavam para te abraçar e naquele instante se prenderem para a eternidade!
E nesta eternidade eu sou una… como a luz do Amor!



Maria Escritos ©

12/05/10

Ousadia


Se à minha boca viesses
E aos meus lábios tocasses
Quem sabe não fizesses
Que nossos sabores se fundissem

Se o teu corpo entregasses
Desenfreado ao meu paladar
Quem sabe não fizesses
Minha pele arrepiar

Se te entregasses ao desejo
Da minha língua madura
Quem sabe não fizesses
Lamber-te e beijar-te até á loucura

Permite a minha ousadia
E entrega-te a meu prazer
Emboca em mim todo teu ser
Quero-te na minha língua a derreter



Maria Escritos ©

(Foto retirada da net)

05/05/10

Cálido arrepio


Percorre minha pele
Cálido arrepio de prazer
Emboca no meu peito
Encrespa meu seio
Sedoso, rijo
Sedento do teu beijo
Doce, suave e húmido
Como o néctar vindo dos Deuses.


Maria Escritos
© Todos os direitos reservados

Ondas vindas de ti


Fiz-me à maré da manhã
Nas vagas vindas de ti
Antes do amanhecer
Pescador dos meus sonhos
Madrugada suave no cais
Faina pura do dia-a-dia
Serena ausência de ti
Semblante teu na memória.
Mar adentro, vou entrando
Como uma rede se alastrando
Corpo meu beijando as águas
Da maré que vem de ti, meu amor.
Abraçada à luz da lua fiz-me ao mar
Não pude alcançar-te (bem te sabia inexistente)
Porém perdi-me como quis...
Não quis abrir os olhos
Para não te perder na maré
Abracei-me a este nada
Descobrindo no próprio corpo
Caravelas sem rumo
Perdidas neste mar sem dono
Brilhando à luz da lua
As estrelas do teu olhar
Fiz do meu coração o teu lugar
Da tua luz o meu olhar
Suspirei uma brisa de suaves palavras
Que corre nos dias de calor
Com a energia grandiosa do mar
Este mar teu que adentro
Para me perder na tua maré
E nas ondas vindas de ti


Maria Escritos
© Todos os direitos reservados